Belicismos
"Antes a morte que a guerra perder!"
De armas ao ombro, fendendo a alvorada,
Cem rostos imberbes em desfilada,
Bandos de cegos que conseguem ver.
Sangram as linhas das cartas por ler,
Quantas esperanças vãs empilhadas
Junto aos corpos frios nas barricadas,
De olhos comidos pelo anoitecer.
Quando o bem do mal já ninguém distingue,
Trincheiras nas faces, as rugas cavadas.
Arrastam-se na lama intenções puras.
O mesmo que se cria a si se extingue,
Entre a cinza austera, árvores queimadas,
Braços cadáveres para as alturas.