"Tormenta" - Julie Cross
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O primeiro volume da trilogia Tempest insere-nos na vida de Jackson, um universitário de 19 anos que consegue viajar no tempo. No entanto, as viagens no tempo não funcionam como nos filmes: estão divididas em "saltos parciais" e "saltos completos". Os saltos temporais parciais permitem a Jackson visitar o passado e interferir com o que acontece nele, sem consequências no presente. Os saltos temporais completos alteram a chamada "home base" do viajante, como se o momento do passado para que saltou se tornasse o presente. Como tal, as alterações realizadas no passado durante um salto completo implicam mudanças no futuro. Jackson ainda não conhece totalmente as suas capacidades nem o funcionamento das viagens no tempo, e limita-se a fazer saltos parciais, em testes que o seu amigo Adam acompanha afincadamente. Jackson e Adam mantêm estes testes longe do conhecimento de todos, incluindo de Holly, a namorada de Jackson, mesmo que ela suspeite que o jovem lhe esconde algo e isso leve a discussões entre os dois. É depois de uma dessas discussões que irrompem no quarto de Holly dois homens que procuram Jackson, mas que ele desconhece. Após uma conversa confusa e pouco amigável, um dos homens dispara sobre Holly e Jackson sente-se saltar no tempo, aterrando no ano de 2007. Contudo, desta vez o salto foi completo, e Jackson não sabe como voltar a alterar a sua home base... É uma aventura através do tempo que começa com o propósito de evitar a morte de Holly, mas que acaba por envolver questões familiares, organismos secretos e grupos rivais de viajantes no tempo.
Honestamente, este não seria um livro que compraria por minha vontade. A capa não me atraiu particularmente, a sinopse não indicava um enredo denso e constituía o primeiro livro de uma trilogia, cujos restantes livros não tencionava ler. Como tal, não o comprei: foi-me oferecido. Ainda assim, não tardei a começar a lê-lo, e fiquei surpreendida com o interesse que me despertou, não especialmente pelo conteúdo, mas pela descontração que encontrei enquanto o lia.
Como referi, o enredo não é denso, pelo contrário, é muito simples. Apesar dos avanços e recuos no tempo, só há uma linha narrativa. A estrutura frásica é básica e o vocabulário empregue é extremamente comum. Os pontos mais fracos que tenho a apontar são a exploração fraca das personagens, o que confere ao livro um caráter muito bidimensional, e as gralhas da tradução, quer a nível da escrita das palavras, como a nível da coesão frásica (por vezes, o tempo e pessoa verbais não estão de acordo com o sujeito, por exemplo).
Por outro lado, é um livro muito leve, agradável, com um final algo inesperado, que considero ótimo para passar o tempo ou para dar algum descanso ao cérebro sobrecarregado com as preocupações do dia a dia atribulado. Ainda assim, continuo a não tencionar ler o resto da trilogia.