Varjak

S. F. Said

Longe do bulício da cidade, na casa da condessa, vive uma família de gatos azuis-russos. Descendentes de Jalal, estes gatos nunca abandonaram a segurança da casa, os cuidados da condessa e os seus privilégios enquanto gatos domésticos.

Certo dia, com a chegada de um cavalheiro sinistro e dos seus misteriosos gatos negros, após a morte da condessa, tudo parece prestes a mudar. No entanto, só Varjak Paw, o mais curioso da família, e o seu avô se apercebem da ameaça que os novos inquilinos representam. Assim, Varjak, o único gato do círculo familiar com olhos "da cor do perigo", ousa saltar os muros da propriedade a fim de fazer o que é preciso para salvar o futuro da vida na casa da condessa: descobrir e percorrer o caminho de Jalal e comunicar com um cão, o único ser que poderá expulsar o cavalheiro e os seus gatos para sempre. Durante a sua busca, Varjak depara-se com os perigos da vida na cidade, faz novos amigos e, principalmente, parte numa jornada de autodescoberta através dos ensinamentos de Jalal e das sete aptidões do seu Caminho: a Mente Aberta, o Conhecimento, a Caça, a Câmara Lenta, os Círculos em Movimento, o Andar de Sombra e a Autoconfiança.

Varjak, um livro infanto-juvenil, não só é uma leitura agradável, como também enriquecedora em termos pessoais e morais. Descobrimos com Varjak Paw a importância de sairmos da nossa zona de conforto, de enfrentarmos os nossos medos, de rompermos com tradições limitadoras, de nos mantermos abertos a novas aprendizagens e de confiarmos nas nossas capacidades.

Para além de alertar os leitores para questões como o preconceito e o racismo, este livro chama a atenção para o desrespeito do Homem face à Natureza e à vida animal.

Apesar de, no geral, ter gostado do livro, achei que algumas personagens estão longe de ser bem construídas, como é o caso do cão, e que devia ter havido um maior cuidado na revisão do texto, já que, nesta edição (Gailivro, 1ª edição), há algumas gralhas e muitas vírgulas mal colocadas.

Todos temos uma "casa da condessa" dentro de nós, e a verdadeira vida começa no momento em que nos dispomos a transpor os seus muros.

© 2020 Helena Rodrigues, Portugal
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