Vénus
Da paixão que o mito encerra,
Branca, qual espuma das vagas,
Semeia amores, brotam guerras,
Concessões que um Pomo paga.
Cativo o olhar que a divisa,
Pudica na sua essência.
Brilha o céu e a leda brisa
Deve a Zéfiro a cadência.
Gémeas sãs, pudor as cora,
Natura que, em chuva, tomba.
Acolhe, por mãos da Hora,
Solo cipriota a Pomba.
Pelo desígnio de Urano,
Nua em ara de calcite,
A deusa do amor profano
Que Atenas fez Afrodite.